No
início de sua homilia, o Santo Padre destacou como “é particularmente
significativo que no início de cada novo ano Deus projeta sobre nós,
seu povo, a luminosidade de seu santo Nome que é pronunciado três vezes
na solene fórmula da bênção bíblica. E não menos significativo é que
ao Verbo de Deus – que <> como a <> – seja dado oito dias após o seu natal – como nos narra o
Evangelho de hoje – o nome de Jesus”. "É por este nome que estamos
aqui reunidos.”
Após,
Bento XVI saudou os presentes, começando pelos Embaixadores do Corpo
diplomático acreditado junto à Santa Sé, seguido por seu Secretário de
Estado, Cardeal Tarcisio Bertone. Ao Cardeal Turkson e a todos os
componentes do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz agradeceu pelo
empenho em difundir a Mensagem para o Dia Mundial da Paz, que este ano
tem como tema “Bem-aventurados os construtores de paz".
Falando
sobre a inspiração para a Mensagem do Dia Mundial da Paz deste ano,
baseada no Evangelho de São Mateus ‘Bem-aventurados os que promovem a
paz, porque serão chamados filhos de Deus’, explicou o Santo Padre:
“infelizmente, apesar de o mundo ainda estar marcado por ‘focos de
tensão e de conflitos causados pelas crescentes desigualdades entre
ricos e pobres, pelo prevalecimento de uma mentalidade egoísta e
individualista expressa inclusive por um capitalismo financeiro
desregulado’, bem como por diferentes formas de terrorismo e de
criminalidade, tenho a convicção de que ‘as multíplices obras de paz,
das quais o mundo é rico, testemunham a inata vocação da humanidade à
paz. Em toda pessoa o desejo de paz é aspiração essencial e coincide,
de certo modo, com o desejo de uma vida plena, feliz e bem realizada. O
homem é feito para a paz que é dom de Deus”.
E
acrescenta: “a bem-aventurança diz que ‘a paz é dom messiânico e obra
humana ao mesmo tempo. É paz com Deus, no viver segundo a sua vontade. É
paz interior consigo mesmo, e paz exterior com o próximo e com toda a
criação’. Sim, a paz é o bem por excelência a ser invocado como dom de
Deus e, ao mesmo tempo, a ser construída com todo esforço”.
Ao
meditar sobre o fundamento, a origem e a raiz desta paz, Bento XVI
destaca a figura de Maria, que permaneceu inabalável diante de tantas
dificuldades: “Como podemos sentir a paz em nós, apesar dos problemas,
das obscuridades, das angústias? A resposta nos é dada pelas Leituras
da liturgia de hoje. Os textos bíblicos, sobretudo o texto extraído do
Evangelho de Lucas, pouco antes proclamado, nos propõem contemplar a
paz interior de Maria, a Mãe de Jesus. Cumprem-se para ela, durante os
dias em que <>, muitos
eventos imprevistos: não somente o nascimento do Filho, mas antes a
viagem cansativa de Nazaré a Belém, o não encontrar lugar no
alojamento, a busca fortuita de um refúgio durante a noite; e depois o
canto dos anjos e a visita inesperada dos pastores. Em tudo isso,
porém, Maria não se perturba, não se agita, não fica transtornada com
os fatos maiores do que ela; simplesmente pondera, em silêncio, o que
acontece, guarda-o em sua memória e em seu coração, refletindo sobre
eles com calma e serenidade”.
E
ressalta o Santo Padre: “Essa é a paz interior que queremos ter em
meio aos eventos por vezes tumultuados e confusos da história, eventos
dos quais muitas vezes não entendemos o sentido e que nos
desconcertam”.
O
Santo Padre, explicando a identidade de Maria como Mãe de Deus, disse:
“segundo a Lei de Moisés, após oito dias do nascimento, a criança
deveria ser circuncidada, e naquele momento lhe era dado o nome. Deus
mesmo, mediante a sua mensagem, havia dito a Maria – e também a José –
que o nome a ser dado ao Menino era <>”. “Aquele nome
que Deus já havia estabelecido antes mesmo que o Menino fosse
concebido, agora lhe é dado oficialmente no momento da circuncisão.
E
recorda Bento XVI, referindo-se à primeira Leitura: “a paz é dom de
Deus e está ligada ao esplendor do rosto de Deus, segundo o texto do
Livro dos Números, que transmite a bênção usada pelos
sacerdotes do povo de Israel nas assembléias litúrgicas”. “Da
contemplação da face Deus nascem alegria, segurança e paz”.
Então
Bento XVI explicou o significado concreto do contemplar a face do
Senhor: “Significa conhecê-lo diretamente, por quanto é possível nesta
vida, mediante Jesus Cristo, no que se revelou. Gozar do esplendor da
face de Deus significa penetrar no mistério do seu Nome a nós
manifestado por Jesus, compreender algo da sua vida íntima e da sua
vontade, a fim de que possamos viver segundo o seu desígnio de amor
sobre a humanidade”. “O Filho de Deus feito carne fez-nos conhecer o
Pai, fez-nos perceber em sua face humana visível a face invisível do
Pai; através do dom do Espírito Santo derramado em nossos corações,
fez-nos conhecer que n'Ele também nós somos filhos de Deus”.
E
o Santo Padre acrescentou que a contemplação do esplendor da face de
Deus Pai em Jesus Cristo, que nos torna também filhos, nos dá “a mesma
segurança que o menino tem nos braços de um pai bom e onipotente”, e é
nesta contemplação que reside “o princípio daquela paz profunda -
<> - que está indissoluvelmente ligada à fé e
à graça”. “Nada pode tirar dos fiéis esta paz, nem mesmo as
dificuldades e os sofrimentos da vida”.
Por
fim, o Pontífice pediu a Virgem Maria, venerada hoje com o título de
Mãe de Deus, que nos ajude a contemplar a face de Jesus, Príncipe da
Paz. “Que nos auxilie e nos acompanhe neste novo ano; alcance para nós e
para o mundo inteiro o dom da paz”.
Fonte: Retirado da Internet.
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